quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

As jornadas de maio e o princípio da vedação de retrocesso


Guilherme José Purvin de Figueiredo

            2013 foi, para o Direito Ambiental, o ano dos debates em torno do princípio da vedação de retrocesso. Ao consagrado congresso promovido em São Paulo pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde, tivemos ainda o Congresso Brasileiro do Magistério Superior de Direito Ambiental (Aprodab, Brasília), o encontro da Academia Latinoamericana de Direito Ambiental (Ibap, Águas de Lindoia) e o Congresso Internacional de Direito Ambiental (STJ, Brasília), todos centrados no debate e na divulgação das mais importantes contribuições acadêmicas e jurisprudenciais voltadas à identificação e implementação desse princípio.
            Esse próprio debate merece uma análise mais detida. Antes de mais nada, é preciso reconhecer que, além dos eventos citados, por todo o país pipocaram encontros, congressos e simpósios, onde o debate se travou, não no sentido da busca da efetividade desse princípio, mas de sua negação. Numa síntese extrema, a tese seria de que esse princípio simplesmente não existe, não tem sustentação no direito positivo e fere a separação de poderes, na medida em que engessa a atividade legiferante.
Como em qualquer debate científico, é importante ouvir os defensores da liberdade de retrocesso legislativo. Os argumentos lançados em artigos publicados em sites especializados, em encontros promovidos por entidades corporativas ou em salas de aula precisam ser analisados e confrontados.
Já superamos, porém, de há muito, os ingênuos limites da isenção. Aliás, foi graças aos acirrados debates com cientistas contratados por grandes corporações em torno dos efeitos da atividade antrópica no planeta (degradação da qualidade de vida, poluição planetária das águas e do ar, redução dos espaços protegidos a simbólicas unidades de conservação da natureza) que a teoria do aquecimento global evoluiu para a de mudanças climáticas.
Todavia, nos que concerne ao princípio da vedação de retrocesso, os limites de uma discussão não são fatos científicos, mas cidadania: estamos falando sobre “o futuro que queremos”. Por seu viés teleológico ou finalístico, a pergunta que se faz é: “para que e para quem servem a Lei Complementar 140 ou o novo Código Florestal?”
Não vivemos num mundo maniqueísta em que a opinião pública se divida entre ambientalistas e desenvolvimentistas. As mil palavras de ordem ouvidas nas “Jornadas de Maio” nos mostraram um cenário vastíssimo, que não se circunscreve ao mundo jurídico. Recusar o retrocesso ambiental implica também lutar pela transparência no setor público, pelas liberdades e garantias individuais de orientação sexual, de igualdade de gênero e raça, pelos direitos da pessoa com deficiência.
O compartilhamento de dados nas redes sociais é um procedimento estratégico valiosíssimo. Na era “Google”, lidamos com clusters de informações e tendências políticas que vão muito além das redações de jornais e revistas tradicionais ou de conferências intimistas ministradas em guetos corporativos e em salas de aula. O isolamento do discurso para uma mesma plateia formada por pessoas que comungam as mesma ideias quase sempre resultará em caricaturas de radicalismo. E não é essa a fisionomia ideológica de quem defende o princípio da vedação de retrocesso.

Recusar o retrocesso ambiental é, necessariamente, recusar a ideologia totalitária de um discurso que abre igualmente portas para o retrocesso de todas as conquistas democráticas. Recusar o retrocesso é recusar a ditadura da ordem econômica em nome da cidadania plena.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

IBAP se faz presente na 49ª Sessão Extraordinária da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH)


A convite do Ministro Joaquim Barbosa, Presidente do STF, o IBAP se faz presente à 49ª Sessão Extraordinária da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH), que se encontra em andamento, em Brasília.

A solenidade de abertura da Sessão Extraordinária ocorreu no final da tarde do dia 11 de novembro no Plenário do STF e  foi presidida pelo Min. Joaquim Barbosa, pelo Juiz Presidente da CorteIDH, Diego García-Sayán, e pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que é associado do IBAP, representando a Presidente da República.

A abertura solene foi prestigiada pelos Ministros do STF, pelos Juízes da CorteIDH, autoridades de todas as esferas de governo e por dirigentes das mais importantes instituições brasileiras e estrangeiras ligadas à questão da efetividade dos direitos da pessoa humana, dentre elas o IBAP, na oportunidade representado por seu Presidente Jean Jacques Erenberg.

A sessão de julgamento, a ser realizada nos dias 12 e 13 de novembro, será acompanhada pela Vice-Presidente do IBAP, Marcia Leuzinger.

No dia 14 de novembro terá vez, no auditório do TSE, o Seminário Internacional Impacto das Decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas nos sítios eletrônicos do STF (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=253184) e da CorteIDH (http://www.corteidh.or.cr/brasil/).


terça-feira, 17 de setembro de 2013

Diretor do Ibap assume a presidência do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Natal (RN)

Com enorme satisfação, comunicamos a eleição, na data de eleição, ontem, 16/9/2013, de nosso Diretor Fernando Gaburri para presidir o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Natal (RN), pelos próximos 02 (dois) anos.
Gaburri disse hoje, em mensagem encaminhada à presidência do Ibap:
"Com o apoio de meus pares Conselheiros, pretendo trabalhar para que Natal ocupe uma posição de vanguarda na defesa e concretização dos direitos da pessoa com deficiência".
Estamos certos de que, como é de costume, o Dr. Fernando Gaburri realizará um trabalho memorável junto ao Conselho.

terça-feira, 23 de julho de 2013

"Transgressão democrática" - convite.

Nosso Diretor Belisário dos Santos Júnior convida a todos para o ato de transgressão democrática:

O ato, que se iniciará na OAB (10h), terá continuidade na FADUSP (11 h) e terminará diante do prédio da antiga Justiça Militar (14 h), localizada na Av. Brig. Luis Antonio, 1249.  Tudo no dia 5 de agosto.
Na sessão da Comissão de Verdade da OAB/SP, falará a advogada Rosa Cardoso (Comissão Nacional da Verdade), companheira de defesa dos presos políticos.
Na sessão da Fadusp estarão José Carlos Dias,  eu e outros companheiros da resistência.
Em frente à antiga Justiça Militar estarão os democratas mais antigos, os mais recentes, as pessoas de bem em geral, os perseguidos políticos e seus amigos e parentes, enfim , será a oportunidade de presenciar o que entendo como momento histórico.  
A intenção é naquele prédio estabelecer o Memorial da Luta pela Justiça (advogados brasileiros contra a ditadura).

Abraços fraternos

Belisário


terça-feira, 19 de março de 2013

AGU atende OAB e dá parecer pró-honorários à advocacia pública


segunda-feira, 18 de março de 2013 às 03:13
Brasília – “Uma grande vitória da advocacia pública nacional”. Assim o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado, classificou o parecer entregue à entidade nesta segunda-feira (18) pela Advocacia-Geral da União (AGU), no qual o órgão acolheu pleito do Conselho Federal da OAB e opinou favoravelmente à percepção dos honorários de sucumbência pelos advogados públicos. “A AGU, que anteriormente possuía parecer contrário ao recebimento desse tipo de honorários pela advocacia pública, agora atendeu ao pleito da OAB e revisou seu entendimento, emitindo novo parecer, desta vez favorável à nossa reivindicação. É uma enorme vitória”, afirmou Marcus Vinicius.
O parecer reconhece como legítima a prerrogativa dos advogados públicos de receberem honorários pelos processos em que atuaram e foram vitoriosos, inaugurando uma nova fase na história da categoria. “São notórias as vantagens do reconhecimento da titularidade dos honorários pelos membros das carreiras de Estado da AGU ou pela União, com a transferência aos primeiros. Ter-se-á maior segurança jurídica e serão dissipadas as brumas atualmente visíveis no horizonte judiciário sobre esse tema”, traz o texto do parecer.
O novo posicionamento da AGU segue agora para análise da Presidência da República, e caso seja aprovado, revogará o parecer anterior (de número GQ 24/1994), que afastava a possibilidade de percepção do benefício. O parecer, elaborado com base em estudo realizado por um grupo de trabalho instituído pela AGU, é claro ao defender que a titularização das verbas honorárias seja feita mediante a edição de lei. "O modo como esses honorários serão pagos e distribuídos, se isso vai ser parcialmente ou integralmente, tudo isso vai ser definido por lei", traz o parecer. No documento, a AGU sugere que o assunto entre em pauta nas discussões que tratam da nova Lei Complementar da categoria, em tramitação no Congresso Nacional.
O pleito da OAB para que a AGU revisse seu posicionamento foi feito em reunião realizada no último dia 4 de março, na sede da OAB, com a participação da diretoria da entidade, do ministro Luis Inácio Adams (AGU), e dos procuradores-chefes da advocacia pública no país. Naquela ocasião, a OAB requereu da AGU exatamente a apresentação de um parecer sobre o pagamento de honorários nas causas em que os advogados públicos saíssem vitoriosos, para servir de base para um regramento sobre a questão no projeto do novo Código de Processo Civil (CPC), atualmente em debate no Congresso.
À época também foi constituído um grupo de trabalho dessas entidades e da OAB para estudar propostas de aperfeiçoamento à Lei Orgânica da AGU para garantir a independência técnica do advogado e sua inviolabilidade no exercício da profissão. Além de Marcus Vinicius e Adams, dela participaram o presidente da Seccional da OAB do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e a cúpula da advocacia pública.
O parecer hoje divulgado foi elaborado pelo consultor da União Otávio Luiz Rodrigues Junior e aprovado pelo consultor-Geral da União, Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy, e pelo ministro Adams, para quem “a AGU propiciou uma virada histórica, quase 20 anos depois da negativa ao direito dos advogados públicos”.
O documento foi entregue nesta segunda-feira ao presidente da OAB-DF, em audiência na qual também estavam presentes as associações das carreiras jurídicas da AGU. Marcus Vinicius não pode estar presente porque acompanha, em Belo Horizonte, a reunião dos presidentes de Subseções da OAB de Minas Gerais. As entidades consideraram o documento um marco para a advocacia pública federal.

Fonte: http://www.oab.org.br/noticia/25312/agu-atende-oab-e-da-parecer-pro-honorarios-a-advocacia-publica

quinta-feira, 14 de março de 2013

“Direito e Política” debate a regularização de territórios quilombolas no RS


A Procuradoria-Geral do Estado e a Escola Superior de Advocacia Pública da Apergs (Esapergs) realizaram na terça-feira (12) a primeira edição de 2013 do Ciclo de Debates Direito e Política apresentando o painel Regularização de Territórios Quilombolas, com o Advogado da União e Coordenador-Geral Agrário junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, Joaquim Modesto Pinto Júnior. Para o debate também o advogado e membro da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas, Onir Araújo; e o Antropólogo e Professor da UFRGS José Otávio Catafesto de Souza.

Segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), comunidades quilombolas são grupos étnicos, predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias.

O direito étnico-cultural é reconhecido constitucionalmente e, aos remanescentes dos quilombos que estejam ocupando terras, é dever do Estado emitir títulos com reconhecimento de propriedade. A afirmação é do Coordenador-Geral Agrário, Joaquim Modesto Pinto Júnior.

O Advogado da União fez referência aos marcos normativos infraconstitucionais do direito quilombola como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, adotada em Genebra em 1989, ratificada pelo Brasil em 2002 que, ao regular internamente o tratamento uniforme internacional sobre os Povos Indígenas e Tribais passou a ser invocado em benefício das comunidades quilombolas.

Dr. Joaquim Modesto citou, ainda, farta legislação a respeito do tema, com ênfase ao Decreto 4.887/2003, que instituiu o marco normativo federal vigente para identificação e delimitação desses territórios; o Parecer da AGU MC-1/2006, que firma interpretação jurídica acerca de aspectos do Decreto 4.887, vinculante para o corpo da Advocacia Pública Federal; e, por fim, a Instrução Normativa nº 57/2009 que adota os seguintes procedimentos: 1) autodefinição e certificação; 2) identificação e delimitação – editais e consultas; 3) contestações e julgamentos; 4) titulação e desapropriações.

Para as questões não regulamentadas existem soluções propostas pelo MDA, conforme observou o palestrante. “Quando se trata, por exemplo, de comunidades quilombolas com domínio privado individual desapropriam-se as terras tituladas e ocupadas individualmente, para posterior titulação à comunidade, que passará a se beneficiar em regime de ocupação e exploração coletiva”, explicou.

Os debatedores fizeram críticas contundentes aos Governos no que se refere a morosidade das titulações dos territórios quilombolas. “A gente vem operando o Direito na defesa dos territórios e percebemos uma série de contradições”, avaliou o Advogado Onir Araújo. Membro da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas, o debatedor criticou, entre outras coisas, a cobrança milionária de IPTU no Quilombo da Família Silva em Porto Alegre. “Se os títulos são impenhoráveis, como Prefeitura vai executar?”, pergunta. Ele também questionou a forma como está sendo executado o plano de Notificação do Incra, em Morro Alto, onde apenas os quilombolas estão sendo notificados, sendo que o mesmo não ocorre com os grileiros dessas terras.

Para o Antropólogo José Otávio Catafesto de Souza, o diagnóstico que a antropologia pode fazer frente a estas questões são angustiantes. Segundo ele, apenas 5% dos territórios quilombolas foram regularizados num período de 25 anos. “Considerando este prazo, levaríamos alguns séculos para totalizar as regularizações”, estima. “Se na ditadura militar não havia espaço nem para conversar a respeito deste tema, hoje, em termos de rotinas, elas pouco se alteraram”, complementou. Catafesto defende que os governos criem uma agenda de atenção aos problemas das comunidades quilombolas. “Já que nós temos uma lei estadual aprovada pelo Parlamento, vamos conclamar para que o Estado do Rio Grande do Sul assuma lugar como protagonista nesta luta”, disse à plateia.

Durante as quatro horas de duração do debate, o público teve a oportunidade de manifestar-se questionando e cobrando dos integrantes da mesa maior efetividade no atendimento de políticas públicas para as comunidades quilombolas.

Palestrantes e público frisaram, em todas as intervenções, a importância da PGE-RS e da Espaergs estarem cada vez mais inseridas em questões de grande repercussão social, proporcionando a promoção de debates com especialistas, governos e sociedade.

A PGE-RS integra o Grupo de Trabalho (GT), instituído pelo Decreto nº 48.058/2012, que tem por objetivo a elaboração de propostas para implementação e o fortalecimento de políticas públicas destinadas ao povo quilombola. Segundo o Procurador-Geral do Estado, Dr. Carlos Henrique Kaipper, que coordenou os trabalhos juntamente com a Procuradora do Estado Dra. Fernanda Tonetto, Diretora da Esapergs, “o conhecimento acumulado e as propostas apresentadas no evento serão levadas como contribuições ao GT criado pelo Governador Tarso Genro.

Também compareceram no Ciclo de Debates o Coordenador da Comissão de Direitos Humanos da PGE-RS, Dr. Carlos César D’Elia, a Presidente em exercício da Apergs, Dra. Fabiana da Cunha Barth, o Diretor de Qualificação Técnica e Profissional do Sindicato dos Servidores da PGE, Daniel Franco Martins, o vereador Marcelo Sgarbossa, Procuradores do Estado, Servidores da PGE, Procuradores Federais e Servidores do Incra, representantes de comunidades quilombolas e de movimentos sociais.

terça-feira, 12 de março de 2013

Regularização de Territórios Quilombolas abre o Ciclo de Debates Direito e Política de 2013



A “Regularização de Territórios Quilombolas” será pauta da primeira edição do Ciclo de Debates “Direito e Política” de 2013, promovido pela Procuradoria-Geral do Estado e pela Escola Superior de Advocacia Pública da Apergs (Esapergs). O evento, aberto ao público, acontece no dia 12 de março, a partir das 17h, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), localizado na Av. Borges de Medeiros, 1501, térreo, em Porto Alegre.

A mesa de debates será composta por especialistas no tema: o Advogado da União e Coordenador-Geral Agrário junto ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, Joaquim Modesto Pinto Júnior; o advogado Onir Araújo, membro da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas; e o Antropólogo e Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul José Otávio Catafesto de Souza.

Comunidades quilombolas, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), são “grupos étnicos, predominantemente constituídos pela população negra rural ou urbana, que se autodefinem a partir das relações com a terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e práticas culturais próprias”.

A regularização das terras quilombolas é assegurada pela Constituição Federal, art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nos seguintes termos: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos."

O Governo Federal, por meio do Decreto 4887/2003, regulamentou o “procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata a Constituição Federal”.

No Brasil, existem 3.524 comunidades quilombolas, conforme aponta a Fundação Cultural Palmares (FCP), órgão ligado ao Governo Federal, responsável por certificar a existência destas comunidades, assessorá-las juridicamente e desenvolver projetos, programas e políticas públicas de acesso à cidadania. Destas, 1.948 são reconhecidas oficialmente pelo Estado brasileiro e 1.834 são certificadas pela FCP.

No Rio Grande do Sul, dados da FCP, disponibilizados pelo Incra, informam que são 117 famílias quilombolas em territórios titulados.

O Quilombo Família Silva, localizado no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, foi o primeiro quilombo urbano reconhecido e titulado no Brasil, em 25 de setembro de 2009. A área possui um território de 6.510,7808 metros quadrados.

Recentemente, a discussão acerca dos territórios quilombolas foi objeto do “Encontro Nacional de Regularização Fundiária de Territórios Quilombolas”, realizado no último mês de dezembro em Brasília. Na ocasião, o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, afirmou que “atualmente, 193 comunidades têm seu território reconhecido, o que representa 10% da demanda atual”.

No RS, foi criado um Grupo Permanente de Trabalho (GT), no dia 11 de maio de 2011, para discutir as reivindicações apresentadas pelas comunidades quilombolas do Estado, entre elas, mais atenção e acesso à saúde, especialmente no meio rural; mais segurança no campo e nas áreas urbanas; e crédito diferenciado e subsidiado para as famílias quilombolas de forma semelhante ao Pronaf. O GT, coordenado pelo Gabinete do Governador, é formado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE), pelo Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (Codene), e por representações de 20 Secretarias de Estado.

O Ciclo de Debates é gratuito e, nos moldes das edições anteriores, com espaço garantido para manifestações do público.
Informações: (51) 3288 1737.

segunda-feira, 11 de março de 2013

ABRAMPA oferece vagas a associados do IBAP para o XIII Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente


Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente – Abrampa, entidade que congrega membros dos Ministérios Públicos dos Estados, Federal e do Trabalho que atuam na defesa do meio ambiente em todo o Brasil, realizará o seu congresso anual na cidade de Vitória ES, no período de 17 a 19 de abril de 2013.
Trata-se do XIII Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente, no qual se pretende contar com presenças de membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, parlamentares, autoridades, renomados juristas do Direito Ambiental, integrantes do Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal, advogados, organizações não-governamentais, empresários, profissionais do setor, estudantes e estudiosos das questões jurídicas, legislativas, políticas, administrativas e científicas relacionadas com o meio ambiente.
Com o tema “Ministério Público e Direitos Fundamentais – Governança Ambiental e Sustentabilidade”, o encontro objetiva promover a interlocução entre os membros dos diversos Ministérios Públicos brasileiros e a sociedade, de forma a discutir as alterações legislativas brasileiras atuais, além de avaliar o papel da justiça e a função do Ministério Público nesse contexto, sobretudo em temas como matriz energética, a defesa do patrimônio cultural, o planejamento urbano, a governança ambiental e a tutela jurídica do acesso à biodiversidade.
Instituto Brasileiro de Advocacia Pública  oferece apoio institucional consistente na divulgação do evento.
 A ABRAMPA oferece, em contrapartida, 5 (cinco) vagas para integrantes indicados pelo IBAP, para participarem do evento como congressistas. Os interessados em usufruir das vagas devem se manifestar até o dia 13 de março de 2013, através do e-mail secretaria@ibap.org, informando nome, número de RG, cargo e Estado da Federação. Havendo mais de 5 interessados, ocorrerá sorteio das vagas disponibilizadas, a ser realizado eletronicamente no dia 14. 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Manifesto pela necessidade de observância de critérios objetivos e impessoais na designação de advogados públicos

A observância de parâmetros objetivos para a lotação dos advogados públicos é medida imprescindível para assegurar o respeito à impessoalidade e demais princípios que devem nortear a atividade administrativa.
Critérios subjetivos abrem perigosos precedentes para condutas arbitrárias, pautadas por preferências pessoais e discriminações injustificadas que em nada se coadunam com a defesa do interesse público.
A antiguidade como parâmetro para lotação dos advogados públicos em um determinado setor só pode ser preterida se em seu lugar forem estabelecidos, de forma prévia, transparente e motivada, critérios objetivos constitucionalmente válidos e que guardem pertinência lógica com as atividades a serem desempenhadas.
Nesse sentido, mostram-se preocupantes as notícias de que em instituições destinadas à Advocacia de Estado, as designações e remoções de não ocupantes de cargos de confiança estão sendo pautadas por parâmetros puramente subjetivos e sem a necessária motivação do ato.
A Advocacia de Estado, como função essencial destinada ao assessoramento jurídico do Estado, ao controle interno de legalidade e defesa do interesse público, deve constituir exemplo incontestável de respeito ao ordenamento jurídico e às boas práticas administrativas, sendo inadmissível que a discricionariedade possa, de alguma forma, assumir contornos de arbitrariedade.
Em tempos de luta por transparência nos órgãos e instituições públicas, inclusive com a aprovação da Lei de Acesso à Informação, torna-se completamente injustificável que escolhas sejam feitas com base em critérios de pura convicção íntima, sem que sejam explicitadas as razões que levaram à sua realização.
Se para promover a transparência e coibir abusos na Administração foram disponibilizadas informações salariais dos servidores públicos, com muito mais razão se mostra necessária a divulgação dos critérios e da motivação que levaram o Administrador à prática de um ato administrativo. Em ambas as situações se trata de conceder ao cidadão possibilidades concretas de fiscalização da boa aplicação dos recursos (materiais e humanos) públicos.
A luta pela adoção de critérios objetivos e impessoais não constitui pleito corporativista, mas sim medida imprescindível para coibir quaisquer formas de desvio de finalidade.
Ao cidadão deve ser assegurado o direito de saber se as instituições imbuídas da missão constitucional de fazer o assessoramento jurídico do Estado, exercer o controle interno de legalidade e patrocinar a defesa da unidade federada, estão observando as normas que devem reger a Administração Pública.
Nessa linha de pensamento, o Instituto Brasileiro de Advocacia Pública vem manifestar sua preocupação e externar seu repúdio ao uso de critérios subjetivos, bem como à falta de transparência e ausência motivação expressa na lotação de advogados públicos.


São Paulo, 28 de fevereiro de 2013

Instituto Brasileiro de Advocacia Pública

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Inaugurado o Observatório da Acessibilidade do IBAP

Na manhã desta terça-feira (05 de fevereiro de 2013), o IBAP inaugurou seu Observatório da Acessibilidade.
Tal projeto tem como objetivo divulgar e promover os direitos das pessoas com deficiência, bem como iniciativas de promoção da acessibilidade e cidadania plena.
O Observatório da Acessibilidade do IBAP pode ser acessado a partir do seguinte endereço:

http://observatorio-acessibilidade.blogspot.com.br/


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Advogados Públicos conseguem reintegração de posse de área destinada a famílias ribeirinhas no Pará


A Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu decisão judicial que permite a permanência de famílias ribeirinhas em área no estado do Pará, onde está localizado o Projeto Nossa Várzea: Cidadania e Sustentabilidade na Amazônia Brasileira.

Na localidade, parte do cultivo do açaí produzido pela comunidade era, segundo os advogados da União, alvo de cobranças indevidas de supostos "proprietários" das terras em troca de moradia.

A Procuradoria da União no Estado do Pará (PU/PA) explicou que os ribeirinhos estavam sendo impedidos de prover a sua subsistência, embora estivessem amparados de Termo de Autorização de Uso.

O pedido da unidade da AGU foi acolhido pela 5ª Vara Federal do Estado do Pará, que decidiu manter os ribeirinhos na área e determinar que os réus da ação, que invadiram a terra e mantinham residência no local, se abstenham de impedir a regular execução do Projeto. Em caso de descumprimento da decisão, os réus serão penalizados com multa de R$ 500 mil.

O magistrado que analisou o caso destacou ainda a relevância do Projeto. "Implica na melhoria de vida de diversas famílias que ocupavam tradicionalmente áreas pertencentes à União", diz um trecho da decisão.

O Projeto Nossa Várzea: Cidadania e Sustentabilidade na Amazônia é desenvolvido pela Secretaria do Patrimônio da União.

Ref.: Ação de Reintegração de Posse 34831-29.2012.4.01.3900 - 5ª Vara Federal do Estado do Pará
A PU/PA é unidade da Procuradoria-Geral da União, órgão da AGU.
Fonte ; ASCOM - AGU

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Aviso de Consulta Pública do Plano Anual de Outorga Florestal do Estado do Pará 2013

AVISO DE CONSULTA PÚBLICA DO PAOF 2013
NÚMERO DE PUBLICAÇÃO: 476166


O Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará abre para consulta pública a proposta do Plano Anual de Outorga Florestal do Estado do Pará 2013.
O Plano Anual de Outorga Florestal do Estado do Pará – PAOF é um instrumento de planejamento do governo do Estado para a gestão das florestas públicas sob domínio estadual no ano de sua vigência e regido pela Lei nº 11.284/2006, regulamentada pelo decreto 6.063/2007 e a no âmbito estadual pela Lei nº 6.963/2007 que cria o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará – IDEFLOR, atribuindo-lhe, entre outras competências, a de elaborar o PAOF do Estado do Pará.
Este Plano permite que a sociedade conheça com antecedência as florestas públicas estaduais passíveis de concessão florestal no período de sua vigência, os mecanismos utilizados para essa escolha e os mecanismos de acesso ao processo de concessões, assim como, a identificação das florestas públicas estaduais destinadas a comunidades locais, unidades de conservação, contratos de transição e as que já estão em processo deconcessão.
As sugestões podem ser encaminhadas por órgãos federais, estaduais e municipais, ou qualquer pessoa da sociedade civil, e serão avaliadas para a elaboração do documento final.
Os interessados têm de 07/01/2013 a 05/02/2013 para se manifestar sobre a adequação ou não do conteúdo do documento, as contribuições devem ser enviadas para o seguinte e-mail: paof2013.ideflor@gmail.com.
A proposta do PAOF 2013 encontra-se disponível no endereço eletrônico: www.idefl or.pa.gov.br.
THIAGO VALENTE NOVAES-Diretor Geral